sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Mirandela. Período compreendido entre 1984 a 1988

Mirandela tinha assumido recentemente o estatuto de cidade e já era conhecida pela Princesa do Tua. Era e é reconhecida pelas alheiras tradicionais, mas ainda não era a cidade que é hoje: moderna, renovada, bonita, com uma bacia de água que a torna o centro das atenções.

Foi aqui nesta cidade e na sua Escola Secundária que tive a oportunidade de fazer a minha profissionalização em exercício, no biénio de 1986/88, tendo adquirido o estatuto de Professor do Quadro de Nomeação Definitiva.
Até então era apenas um professor provisório e, como tal, tinha de concorrer todos os anos lectivos às vagas que sobravam após a colocação e deslocação dos professores efectivos nos quadros de escola.
Durante este período leccionei uma disciplina teórico-prática, Hortofloricultura e Criação de Animais, que os alunos tomavam a opção de escolher, ou não, para o seu currículo a partir do 7º ano de escolaridade e até ao 9º ano.
Passei também, nesta escola, por experiências muito enriquecedoras sob o ponto de vista pessoal e profissional.
A Formação em exercício, como era denominada na altura, estava estruturada em dois anos lectivos.
O primeiro foi todo ele dedicado à formação teórica em Ciências da Educação com a frequência das aulas na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança às disciplinas de Desenvolvimento Curricular, Gestão e Administração Escolar, Psicologia da Educação e Sociologia da Educação
O segundo ano foi dedicado à prática pedagógica orientada por um professor orientador pedagógico que nos orientava, supervisionava e avaliava.
No início foi necessário adoptar grelhas de planificação que contemplassem os diferentes parâmetros necessários para o desenvolvimento de cada unidade de ensino e de cada aula.
No primeiro desses parâmetros - planificação - formulavam-se os objectivos, organizavam-se os conteúdos, seleccionavam-se estratégias e actividades adequadas, preparavam-se os instrumentos de trabalho apropriados, fazia-se o encadeamento lógico da planificação, previam-se tarefas de remediação e/ou enriquecimento e, se fosse necessário, reestruturava-se a planificação tendo em vista a renovação da prática.
No segundo definiam-se os aspectos considerados imprescindíveis para uma adequada execução das aulas: clarificação com os alunos dos objectivos a atingir e as formas de avaliação; utilização correcta dos conhecimentos científicos; utilização de uma linguagem correcta e apropriada aqueles alunos; adaptação às reacções imprevistas dos alunos; utilização das estratégias e actividades previstas; utilização adequada das técnicas de expressão e comunicação; utilização eficaz dos meios e materiais auxiliares; gestão do tempo de acordo com o ritmo de participação e aprendizagem dos alunos; criação de condições de realização de tarefas num clima de liberdade, responsabilidade e cooperação, atendendo aos problemas individuais e grupais dos alunos e reestruturação das tarefas com vista à consecução dos objectivos formulados.
No terceiro parâmetro - avaliação -  prevíamos a aplicação adequada dos instrumentos de avaliação; analisavam-se criticamente os resultados obtidos; fomentava-se a auto e hetero-avaliação e projectava-se a reflexão crítica na realização de actividades futuras.

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