sábado, 26 de março de 2011

A Tese – Sua estruturação

Consciente de que as escolhas adoptadas iriam condicionar a interpretação e implicação dos resultados, o estudo constituindo um todo, foi estruturado em várias fases das quais procurei dar conta nas três partes em que o dividi.
Na primeira parte abordei o processo de integração. Os seus pressupostos e concepções, sua implementação e as atitudes dos intervenientes. Subdividia-a em três capítulos.
No 1º Capítulo, Enquadramento Histórico, abordei o sistema escolar salientando a forma como durante muito tempo a escola não foi acessível às crianças e jovens com deficiência, por estes não serem vistos com a possibilidade de serem educáveis, apesar da educação escolar já estar difundida. Destaquei aqui a importância do desenvolvimento dos valores democráticos, na procura progressiva da aceitação da pessoa com deficiência. Salientei alguns marcos referenciais para a Educação Especial relacionados com a díade “segregação-integração”, partindo da importância da ciência médica nos finais do século passado, aliado à atitude assistencial-caritativa. Contextualizei a emergência de novas abordagens teóricas e o seu caminhar tendente à mudança do modelo clínico para um modelo educacional/desenvolvimental e da influência da psicologia do desenvolvimento e da psicopatologia do desenvolvimento para o modelo de atendimento educacional às crianças com deficiências baseado na perspectiva da educabilidade de todos, independentemente das características específicas de cada um. Utilizei diversos estudos, seminários e relatórios: (UNESCO - 1994); Seminário Europeu HÉLIOS II - 1992; movimentos (REI, nos Estados Unidos) e declarações (SALAMANCA – 1994) para explicitar conceitos e para perspectivar a progressão do movimento integrativo de alunos com deficiências na escola regular face a uma nova perspectiva – a Inclusão, que tem como finalidade a autodeterminação, normalização e qualidade de vida de todos os indivíduos com deficiência.
No 2º Capítulo, Enquadramento Legal, abordei a forma como o sistema educativo português reagiu às novas correntes com vista a melhorar o funcionamento das escolas para, no seu seio, poder acolher e educar todas as crianças independentemente de serem, ou não, portadoras de deficiência. Incluí um resumo da principal legislação produzida neste âmbito e a importância que os aspectos legislativos têm tido nessa evolução. Pretendi fazer a sua análise, verificando se houve evolução de conceitos, e de que forma contribuíram para melhorar o funcionamento das escolas do ponto de vista de organização escolar.
No 3º Capítulo, As Atitudes face à Integração, fiz a pesquisa sobre os aspectos gerais da integração escolar e, em particular, os seus efeitos nas crianças com deficiência e as condições que optimizam essa integração. Neste contexto, fiz uma breve revisão sobre o modo como alguns autores definiam o conceito de atitude.
Para compreender melhor a complexidade desta problemática, tornou-se necessária uma incursão ao universo dos principais actores: os professores e as suas atitudes face à integração de alunos portadores de deficiência no sistema regular de ensino. Assim ressaltei a importância atribuída por alguns autores à forma como os professores respondiam às necessidades dos alunos e como esta era, mais do que qualquer obrigatoriedade legal, administrativa ou curricular, uma variável importante e decisiva para o sucesso da integração. Fiz um resumo dos principais estudos consultados, nomeadamente algumas das investigações que me serviram de orientação, quer na construção do instrumento de recolha de dados, quer na adopção de algumas das metodologias seguidas. Algumas dessas investigações centravam-se nos efeitos que a integração podia ter nas crianças com deficiência quando frequentavam estabelecimentos de ensino regulares. Outros estudos referiam-se às condições que optimizavam uma integração bem sucedida nomeadamente as variáveis que contribuíam para melhorar a atitude e, consequentemente, o sucesso da integração.
A segunda parte dizia respeito às Atitudes e Opiniões face à Integração: Planificação e Organização do Estudo Empírico e ficou constituída por um único capítulo, o 4º, Métodos e Procedimentos, onde apresentei as questões conceptuais e de investigação de modo a deixar transparecer algumas das interrogações e das dúvidas surgidas anteriormente na análise da literatura, quer no Enquadramento Legal do estudo, quer no capítulo sobre as Atitudes face à Integração. Neste contexto, fiz a delimitação do problema, a descrição dos objectivos de estudo e a caracterização da amostra e do meio onde se situam as escolas. Apresentei a metodologia da pesquisa utilizada, quer na definição, delimitação e caracterização do universo e da amostra, quer na construção, condições de aplicação (difusão e recolha) e validação dos instrumentos utilizados para a recolha de dados.
A terceira parte foi constituída por dois capítulos.
O 5º Capítulo, Apresentação dos Resultados, relativos às atitudes e opiniões dos docentes, bem como as principais razões dessas atitudes, evocadas na questão aberta.
No 6º Capítulo, Análise e Interpretação dos Resultados, foram discutidos os resultados obtidos pelo tratamento e análise das respostas aos questionários. Teci comentários parcelares, resultantes das reflexões suscitadas, realizando inferências que perspectivavam o acto da conclusão.
Por último, apresentei as Conclusões Gerais, naturalmente decorrentes da minha interpretação e análise ao conjunto dos dados obtidos.

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